Moïse Kabagambe: espancado até a morte após cobrar o seu salário
Na segunda feira, 24 de janeiro, Moïse Kabagambe foi assassinado no Rio de Janeiro, no quiosque em que trabalhava. Segundo a família, Moïse foi vítima de uma sequência de agressões após ter cobrado dois dias de pagamento atrasado. Seu corpo foi achado amarrado em uma escada.
“Ele é trabalhador, foi trabalhar, ganhar o pão de cada dia. Aqui no Brasil a gente paga aluguel, a gente paga luz, água… Ele foi trabalhar, e como que mataram ele!?” desabafou um amigo Moïse Kabamgabe.
https://twitter.com/sbtrio/status/1488249919488110601?t=t4ws7A3M8cSjktqnFl7WRA&s=08Após dois dias sem receber o seu pagamento em um quiosque, o jovem trabalhador congolês de 24 anos foi cobrar seu pagamento e acabou sendo espancado até a morte com tacos de basebol e pedaços de madeira por 5 homens. O acontecido que foi gravado por câmeras do local.
Em entrevista ao jornal O Globo, Ivana Lay, mãe de Moïse Kabamgabe, desabafou sobre a situação e exigiu justiça. “Eles quebraram o meu filho. Bateram nas costas, no rosto. Ele não merecia isso. Eles pegaram uma linha (uma corda), colocaram o meu filho no chão, o puxaram com uma corda. Por quê? Por que ele era pretinho? Negro? Eles mataram o meu filho porque ele era negro, porque era africano. Não podem matar as pessoas assim. Eles quebraram as costas do meu filho, quebraram o pescoço. Eu fugi do Congo para que eles não nos matassem. No entanto, eles mataram o meu filho aqui como matam em meu país. Mataram o meu filho a socos, pontapés. Mataram ele como um bicho.”
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Moïse não é caso isolado
No dia 19 de novembro de 2020, João Alberto Freitas foi brutalmente assassinado a socos e pontapés no estacionamento do supermercado Carrefour em Porto Alegre.
É necessário um olhar mais atento a esses casos, o que faz com que as pessoas sintam-se confortáveis o bastante para espancar homens negros até a morte de forma tão brutal?
Crimes como este não são casos isolados em nosso país, a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. Essa desumanização de corpos negros, que permite que sejam abatidos como animais precisa ser abominada e combatida.
Não se pode naturalizar que jovens negros sejam mortos ao irem pedir o pagamento do seu salário, ou quando forem ao super mercado, também não se pode naturalizar que mulheres negras sejam arrastadas por um carro de polícia, como ocorreu com Claudia Silva Ferreira em 2014. Todos homens e mulheres negras brutalmente assassinados precisam de justiça. É urgente que o país inteiro se revolte com situações dessas.
A ASSUFRGS Sindicato se solidariza com a família e amigos de Moïse Kabagambe e exige justiça por ele!