Marcha do 8 de março, pela vida das mulheres ocupa o centro de Porto de Alegre
O dia 08 de março, Dia Internacional da Luta da Mulher, foi marcado pela marcha do 8M, mostrando que a data não é de comemoração mas sim de luta e reivindicação do direito à vida digna.
A ASSUFRGS Sindicato, junto com diversos outros coletivos e entidades se reuniram em frente à prefeitura, às 18h, para iniciar a caminhada. O ato denunciou o machismo, os abusos e violências que mulheres enfrentam no cotidiano e o feminicídio, que teve seus índices elevados nesse período de pandemia.
A mobilização também faz parte do calendário de greve dos servidores públicos federais, com o intuito de fortalecer ainda mais a construção da campanha salarial, uma vez que as mulheres são maioria no funcionalismo público e foram linha de frente no combate à pandemia. O governo se nega a valorizar essa categoria de trabalhadoras e fornecer um reajuste salarial que é urgente nesse momento de crise econômica. A alta dos preços, faz com que os trabalhadores, em especial mulheres, que são na maioria das vezes chefes de família, não consigam se manter com o seu salário. “Estamos na luta para derrubar esse governo com essa economia falida” afirmou Sibila Binotto, Coordenadora de Educação Política e Sindical da ASSUFRGS.
A marcha teve início no Largo Glênio Peres às 18h e foi subindo a Av. Borges de Medeiros, atravessando a Esquina Democrática e indo em direção ao Largo do Zumbi, encerrando na Ponte de Pedra dos Açorianos.
Tamyres Filgueira, Coordenadora-geral da ASSUFRGS, fez sua fala ao microfone denunciando o governo. “Estamos aqui para dizer basta a esse governo que desde o início vem realizando políticas que acabam com as mulheres, que matam as mulheres, em especial as mulheres negras e periféricas! O aumento do preço dos alimentos faz com que mais da metade da população esteja vivendo em uma situação de insegurança alimentar, e vivemos no terceiro país que mais produz alimento no mundo! Estamos aqui pelas mulheres trabalhadoras que sofrem com a reforma da previdência e com a reforma trabalhista. Vamos entoar em claro e bom tom ELE NÃO!”
As mulheres negras e indígenas na luta!
Tamyres também mencionou a luta das estudantes indígenas da UFRGS que estão neste momento em uma ocupação, exigindo a Casa do Estudante Indígena, uma urgência para essas estudantes visto que a maioria são mulheres que já são mães e necessitam de uma moradia estudantil que aceitem e respeitem suas crianças.
“Quando uma mulher negra se movimenta ela derruba o Bolsonaro!” faixas com frases como essa foram erguidas e diversos cartazes homenageavam a Marielle Franco e Elza Soares.
As mulheres exigem o direito à água
Houve também protestos contra o prefeito Sebastião Melo (MDB) diante da falta d’água em vários bairros da capital, sob a palavra de ordem “Água é direito, não é mercadoria”. Durante o ato, mulheres moradoras do Morro da Cruz fizeram relatos sobre a falta de abastecimento. Desde o começo do ano, a região que tem cerca de 100 mil habitantes enfrenta cortes no abastecimento.
Em uma ação do Levante Popular da Juventude, os manifestantes despejaram água em frente à prefeitura de Porto Alegre, para denunciar a péssima qualidade da água que chega nas torneiras das periferias.
O ato concentrou centenas de manifestantes e mostrou que a população gaúcha está insatisfeita com o atual governo, e que seguirá firme na luta contra ele. “A revolução será feminina, ou não será!”
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