CONSUN divulga nota a favor da Casa do Estudante Indígena
Nesta manhã de sexta-feira (11), em sessão do consun (Conselho universitário da UFRGS) foi colocado em pauta uma votação para uma nota de apoio ao movimento do estudantes indígenas que neste momento reivindicam uma Casa do Estudante indígena.
O movimento segue na ocupação do antigo prédio da SMIC e nesta quinta-feira ocuparam a força a reitoria da universidade para exigir um posicionamento oficial.
Durante a reunião do CONSUN, que era uma continuação da sessão que havia se iniciado na semana anterior, Tamyres Filgueira, Coordenadora-geral da ASSUFRGS pediu uma questão de ordem, que fosse feita a votação de uma nota de apoio ao movimento indígena, um debate que não estava incluso nos tópicos a serem discutidos pelo conselho. Gabriel Focking, Coordenador-geral da ASSUFRGS, que estava como relator da reunião, se recusou a seguir a leitura dos pareceres até que fosse feita uma votação a respeito da questão de ordem solicitada.
Os conselheiros votaram e foi decidido que se colocaria em pauta a ocupação dos estudantes indígenas, após isso, por meio de votação, foi decretado realizar uma moção em prol da ocupação dos estudantes.
Tamyres aproveitou o momento para passar a fala para a Liderança Indígena Woie, que destacou a importância e urgência dessa pauta histórica do movimento indígena. “Há mais de 10 anos estamos pedindo para que o conselho hoje escute a nossa história. São mais de 10 anos buscando dialogar com a universidade sobre uma Casa do Estudante indígena, e como nunca conseguimos um retorno, ontem precisamos fazer um ato, e precisamos que o Conselho tome uma providencia e consciência do que está acontecendo. Precisamos estar na universidade mas de forma visibilizada, e não invisibilizada, estamos sendo atacados, no dia de ontem, colocaram cachos de banana na porta do estudantes indígenas, isso é um desrespeito, e a universidade tem se omitindo quanto a isso. precisamos de uma nota, de um parecer. Pedimos ajuda e socorro para podermos continuar em nossas vidas e poder estudar, não é fácil estar aqui embaixo de lona pedindo um pouco de vida e sossego.”
Tamyres ainda indagou durante a reunião “e a pergunta é: vocês querem que os estudantes indígenas permaneçam dentro da universidade? Para que isso aconteça, eles precisam sim da Casa do Estudante Indígena e é esse o debate que a gente quer fazer e por isso eu trago essa pauta para o Conselho universitário e como a instancia máxima da universidade nos temos sim o poder para estarmos do lado desse movimento e estar podendo fazer sim uma reivindicação justíssima!”
Hoje, o CONSUN divulgou uma nota de apoio a causa dos estudantes indígenas. Em nota o Conselho pontua:
” A reivindicação do coletivo de estudantes indígenas não é apenas de um imóvel para acomodá-los, mas também de um espaço que permita ser quem são, com seu modo de vida e aprendizado, com sua cultura, convivência e sobrevivência. (…) A casa do estudante indígena é uma demanda antiga e diversas universidades federais já contam com esse tipo de moradia estudantil. Desde 2018 com o início das políticas de ações afirmativas que oportunizou a ampliação do ingresso de estudantes indígenas na UFRGS já se faltava a necessidade de ações como a criação da Casa do Estudante Indígena (…) As estudantes indígenas tentaram inúmeras às vezes através do diálogo com administração central concretizar a demanda da casa de estudante indígena na UFRGS, no entanto nunca houve avanços concretos. (…) Nós do CONSUN, manifestamos nosso total apoio a essa reivindicação.”