Movimento dos estudantes indígenas e apoiadores ocupam a reitoria da UFRGS e exigem uma resposta quanto à Casa do Estudante Indígena

Na noite de quinta-feira(10), por volta das 19h, o movimento dos estudantes indígenas, junto com o DCE da UFRGS e demais apoiadores, invadiram a reitoria da UFRGS ocupando o espaço e exigindo que a universidade se comprometesse de forma concreta com a demanda da Casa do Estudante Indígena.

Desde domingo (06), o movimento dos estudantes indígenas ocupam o prédio da antiga SMIC, exigindo a construção de uma Casa do Estudante indígena. Esse movimento vem de uma demanda histórica, são 14 anos que os estudantes indígenas exigem que haja uma Casa do estudante voltada para eles, mas o estopim para essa revolta foi a expulsão de uma estudante indígena que abrigava em seu quarto o seu filho.

Já no quarto dia de ocupação, e tendo como resposta da universidade apenas promessas de cooperação, os estudantes decidiram ocupar também a reitoria da UFRGS e exigir um posicionamento oficial quanto a situação. Como as portas do prédio estavam fechadas para os estudantes, foi necessário que eles entrassem a força e se fizessem ser recebidos.

Acompanhados de tambores e bandeiras, os estudantes gritavam “por moradia pro povo indígena, ocupamos a reitoria!”

Não foi preciso mais que uma hora de agito dentro do prédio da universidade até que a vice reitora, Patrícia Pranke, atendesse os estudantes – o Reitor ainda se encontra de férias – e assinasse uma carta se comprometendo a dialogar com a Prefeitura de Porto Alegre na busca da doação de um prédio municipal para a construção da Casa do Estudante Indígena. A reunião entre a Universidade, à Prefeitura e o movimento indígena acontecerá hoje, sexta, às 15h.

Esta carta marca um passo inédito na luta indígena, pois em anos de reivindicações essa é a primeira vez que conseguem um retorno oficial que seja mais que apenas palavras não registradas no papel. “O movimento de ontem foi pra provar que ninguém esta de brincadeira que estamos disposto pra ir ate o fim das consequência nessa luta q é muito justa que n pode ser só do movimento indígena mas de todo movimento estudantil da universidade”. Afirmou Patrick Veiga, representande do DCE da UFRGS.

Ainda durante a ocupação, foi feita a denúncia de Woie Patté de um ato de racismo que aconteceu na Casa do Estudante Universitário (CEU), na manhã de quinta. Um cacho de banana foi pendurado na porta do quarto de um estudante indígena. Símbolo do constrangimento e pressão preconceituosa que vivem os indígenas nesta casa.

Depois da assinatura do documento ser assinado, a reitoria foi desocupada e a manifestação voltou até a retomada. O movimento indígena segue na ocupação do prédio abandonado até que seja realizada uma ação definitiva por parte da universidade.

Confira abaixo alguns registro do momento da ocupação da reitoria e o documento assinado:

Fotos: Reprodução facebook / Alass Derivas