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Em véspera do Dia das Mães, trabalhadoras terceirizadas de escolas estaduais ficam sem salário.

Grupo de trabalhadoras terceirizadas contratadas pela empresa GFG Recursos Humanos, que atua na limpeza em escolas estaduais da capital, realizou protesto simbólico, no início da tarde de hoje, em frente à Secretaria de Educação. As manifestantes afirmavam revolta porque seus salários não foram depositados, assim como os benefícios de vale transporte e alimentação, que têm sido pagos de três em três dias, e com atraso.

Algumas das trabalhadoras que são mães compartilharam depoimentos sobre as condições que enfrentam. Seus nomes e escolas serão omitidos, por questão de segurança com o seu emprego.

– “ Já no mês passado, no Dia da Páscoa, o pagamento atrasou. Muitas como eu que não pude dar uma caixa de bombos para os meus bebês. E, a agora, vem o Dia das Mães e novamente, nós com os dias todos trabalhados, de novo, atraso. Como vamos passar? Essa é minha pergunta. “

-“ Eu estou aqui, muito indignada porque a questão do nosso salário já faz um mês que estamos tentando resolver. Toda semana é essa função de três dias de vale transporte, três dias de vale alimentação. Por que não cinco dias se a gente trabalha cinco dias por semana? Eu estou indignada e outra coisa, esperando pelo nosso salário pra fazer pelo menos um almoço para nossas mães e nossos filhos. É o que a gente espera.”

– ” Eles não pagam em dia. A gente liga pra empresa e eles dizem que não tem previsão porque a SEDUC ainda não pagou. A gente liga pra lá, eles são debochados, não respeitam os trabalhadores. Inclusive uma atendente me mandou “pra aquele lugar ”.

– “ A gente está realmente revoltada. A gente começou a trabalhar feliz, animadas, deu o melhor da gente. Pra quê? Pra poder ter a nossa família com salário. Só que a empresa não tem o mínimo de consideração com a gente, sabendo que a gente trabalha porque precisa, não só porque quer. E, é um desrespeito chegar agora o Dia das Mães e não ter o nosso salário pra comprar a nossa carnezinha, o doce das crianças e o necessário para viver o mês inteiro.”

A manifestação teve o apoio do 39ºNúcleo do CPERS e da Associação Terceirizadas Unidos. Adriana Cunha, Presidente da Associação Unidos declarou “É com imensa indignação ver chegar o quinto dia útil, do mês das mães e ver as trabalhadoras da limpeza das escolas estaduais do nosso querido Rio Grande do Sul, tristes por saber que não têm os salários pagos, conforme a lei. No quinto dia útil e nada do salário entrar na conta. Essas mães vão passar como seu Dia das Mães? Sem poder fazer um galetinho, um pudim, comprar um refrigerante pra comemorar. Essas mães já tão sofridas o ano inteiro com o descaso de moradia, de alimentação. Um desrespeito. Cadê a fiscalização? Cadê a SEDUC que não se pronuncia, não faz nada?”

A Diretora do 39º Núcleo do CPERS, Neiva Lazzarotto, afirma que já esteve por duas vezes na Secretaria de Educação tratando deste caso da empresa GFG- Recursos Humanos. Da primeira vez, com um grupo de trabalhadoras terceirizadas e, há uma semana, com a Presidenta e o Advogado da Associação de Terceirizadas, protocolando um Ofício endereçado ao Diretor Administrativo da SEDUC-RS, onde, além dos atrasos do pagamento dos vales transporte e alimentação, e dos salários, o fato de a empresa não ter fornecido todos os EPIs para as trabalhadoras – apenas uma camiseta, uma máscara e um par de luvas. “Hoje, eu digo, ao saber, através de aúdios enviados pelas trabalhadoras, que um supervisor da empresa informa que possivelmente os salários sejam depositados no dia 10 de maio, terça-feira. É lamentável a omissão da Secretaria de Educação e repudiável o calote que a empresa GFG-rh vem aplicando sobre estas trabalhadoras. Medidas precisam ser tomadas, com urgência. O 39º Núcleo de CPERS apoia estas trabalhadoras desrespeitadas e as escolas que necessitam destas profissionais no seu dia-a-dia.” Afirma Neiva.

A ASSUFRGS se solidariza com as trabalhadoras terceirizadas do estado, que enfrentam essa precarização dos seus serviços, realidade essa que se reflete em inúmeras categorias de diversos setores e esferas. Todo trabalho deve ser valorizado e ter seus direitos garantidos.

Fonte: Diretora Geral do 39º Núcleo do CPERS

Foto: 39º Núcleo do CPERS