13 de maio: uma reflexão sobre quem realmente anda livremente dentro da universidade
O dia 13 de maio é marcado como a data da Lei Aurea no Brasil, o dia da abolição da escravatura no país, mas é necessário se atentar ao falso protagonismo que a história entrega à Princesa Isabel. Essa, de forma alguma salvou a população negra das correntes, muito pelo contrário, atualizou as formas de opressão que se perpetuam até hoje para o povo preto.
Essa data é um símbolo de reflexão sobre os dias atuais e nada mais justo do que trazermos para dentro da nossa universidade. Quando se fala em abolição, pensamos em liberdade, mas o que de fato é ser livre? Nas palavras de Nina Simone, “liberdade é não ter medo.” Podemos dizer que os estudantes negro e indígenas da UFRGS se sentem livres e sem medo dentro do espaço universitário?
Em 2021, Álvaro Hauschild, doutorando de filosofia na UFRGS, repercutiu na mídia ao enviar mensagens à namorada de Jota Júnior (estudante negro), Amanda Klimick (branca), dizendo que ela era inocente e estava “fazendo caridade” ao namorar com Jota e afirmando que se continuasse com ele, “seus filhos iriam perder uma enorme carga genética prussiana.” O caso foi noticiado até mesmo na grande mídia nacional e mais à frente descobriram que Álvaro é participante de grupos neonazistas.
Revoltados, desde então estudantes e trabalhadores da UFRGS exigem a expulsão imediata do racista da universidade, mas é claro que a instituição, que vive uma intervenção bolsonarista, se absteve de um posicionamento combativo sobre o caso.
Ato simbólico realizado hoje, no dia 13 de maio, no campus centro da UFRGS exigiu a expulsão do neonazista Álvaro Hauschild! Entidades da comunidade universitária fixaram uma faixa pela expulsão do estudante racista. Confira fotos ao final da matéria.
Assim, voltamos à reflexão sobre liberdade: como estudantes negros e indígenas, podem se sentir livres e seguros dentro das dependências da universidade, quando temos ciência de que neonazistas andam tranquilamente pelos campus? E mais, neonazistas que completam suas graduações, doutorados e exibem seus diplomas construídos sobre os pilares do racismo?
Situação se repete em outras universidades
Nesta última sexta-feira (06), na Universidade Federal de Santa Maria, ocorreu o caso de uma aluna que publicou em suas redes sociais falas do tipo: “pavor de conviver com pessoas escuras”, “eles devem (ter) um complexo de inferioridade em relação às pessoas brancas” e “essa negadinha”. O caso revoltou a comunidade acadêmica, que organizou atos exigindo a expulsão da racista.
Não há mais a possibilidade de permitirmos que pessoas assumidamente racistas sintam-se confortáveis de oprimir demais pessoas, por saberem que nunca serão devidamente punidas. Racismo é crime e não deve ser admitido em NENHUMA CIRCUNSTÂNCIA! Estudantes negros e indígenas devem se sentir seguros e pertencentes aos ambientes acadêmicos.
A ASSUFRGS Sindicato se une à luta e também exige a expulsão imediata do estudante de filosofia Álvaro Hauschild. Racistas não devem possuir diploma de doutorado e não devem ter o direito de frequentar espaços democráticos de direito. A Universidade precisa tomar um posição urgentemente quanto ao caso, da mesma forma que faz para retirar a matrícula de estudante cotistas constantemente. É necessário aplicar políticas antirracistas em todos os setores da nossa sociedade!
FORA ÁLVARO HAUSCHILD!!
Assine o abaixo-assinado pela expulsão do RACISTA Álvaro Hauschild da UFRGS
Ato na UFRGS marca o dia 13 de maio