Reajuste salarial: confirmando alerta, Bolsonaro afirma que nem 5% estão garantidos
A ASSSUFRGS, Fasubra e Fonasefe vem alertando que nada está definido quanto à reposição salarial dos servidores públicos. Isso se comprova com a declaração de Jair Bolsonaro (PL), nessa quinta-feira, 19, de que nem o reajuste de 5% a todos os servidores e servidoras está definido. Ele afirmou que o governo pode cortar até R$ 17 bilhões do orçamento dos ministérios para atender a despesas extras, incluindo a reposição, que, de acordo com o presidente, equivaleria a R$ 7 bilhões neste ano.
A campanha salarial unificada deve se fortalecer nos próximos dias, com atos públicos e outras atividades, a fim de arrancar a reposição salarial até julho, data-limite pelo calendário eleitoral. Neste sábado (21), entidades nacionais realizam reunião unitária para definir os próximos passos da luta pela reposição. Coordenação da ASSUFRGS estará presente no encontro.
Assim como o ministro da Justiça, Anderson Torres, dias atrás, Bolsonaro ressaltou que “o martelo não está batido”. E voltou a falar em reajustes maiores para alguns setores ao afirmar que há um “impasse” com outras categorias devido à possibilidade de um reajuste diferenciado para os policiais rodoviários federais e os agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), segmentos nos quais o governo tem apoio.
Em uma rápida busca na internet, encontram-se, de fevereiro até agora, diversas notícias em que aparece a expressão “Bolsonaro recua” ligada à questão salarial. As declarações desencontradas são propositais, o governo aposta na confusão e na desinformação para desmobilizar o funcionalismo. Bolsonaro disse, de forma vaga, que vai “pedir para o nosso pessoal e os presidentes dos sindicatos se encontrarem para chegar a um acordo”.
O fato é que, até o momento, não há processo de negociação aberto com a maior parte das entidades representantes de servidores e servidoras. De concreto, apenas a consulta feita pela Casa Civil junto aos órgãos, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns sites divulgaram, nos últimos dias, que o índice de 5% é o que o STF tem a oferecer, o “possível para o momento”. No entanto, contrariando essa avaliação, o aumento anual dos orçamentos dos tribunais comportariam uma reposição bem maior.
Mobilização tem que aumentar para arrancar a reposição até julho
A recomposição emergencial de 19,99%, referente às perdas nos três primeiros anos de governo Bolsonaro, tem limite para ser aprovada. De acordo com a legislação, considerando o período eleitoral, esse prazo é 4 de julho. A campanha unificada dos servidores e das servidoras federais tem um calendário de mobilização para o próximo período, que precisa ser reforçado com a presença dos colegas.
Com informações do Sintrajufe/RS e Metrópoles
Foto: Sergio Lima/Poder360