Universidades federais do país têm déficit de pelo menos 11 mil professores e técnicos
Em nota técnica enviada no fim de maio à Economia pelo Ministério da Educação (MEC), saiu um dado que revela que as universidades federais têm um déficit de pelo menos 11 mil professores e servidores técnico-administrativos.
O MEC calcula que, dos 8.373 cargos de docentes prometidos às universidades, só 4.644 foram de fato autorizados (déficit de 3.729). Em relação aos técnicos – responsáveis por laboratórios e bibliotecas, por exemplo -, o problema é ainda maior: 7.273 cargos.
Sem aval do governo para preencher os cargos vagos, as instituições buscam soluções, como a suspensão das aulas, convocação de professores voluntários e deslocamento de docentes de um campus a outro.
Na Federal de Santa Catarina (UFSC), novas turmas entravam, mas as cadeiras de professores continuavam vazias. A ideia de ter só uma hora de aula semanal fez um grupo de alunos ir ao Ministério Público Federal em 2021. Os estudantes conseguiram contratações, mas cursos com menos visibilidade continuam com lacunas, diz o pró-reitor de Graduação da UFSC, Daniel Vasconcelos.
Nos últimos tempos, as Instituições Federais de Ensino têm sofrido fortes cortes no orçamento, o que impacta diretamente na manutenção dos serviços nas universidades. Esse déficit é mais sentido para estudantes que já estão avançados nos cursos, que demandam de aulas práticas e não conseguem executá-las pela falta de técnicos.
Neste mês, a gestão Jair Bolsonaro (PL) bloqueou R$ 1,6 bilhão do MEC, e enquanto o governo segue com o projeto de precarização do ensino público, em contra partida, não mede esforços para aprimorar outros setores, como ter liberado em maio, 1.250 vagas para a Polícia Federal (PF) e a Rodoviária Federal (PRF), na tentativa de conquistar uma base forte de eleitores.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado