Povos indígenas realizam ato em Porto Alegre por justiça a Dom e Bruno
Nesta quarta-feira (23), povos indígenas do Rio Grande do Sul realizaram um ato no Centro Histórico de Porto Alegre contra o Marco Temporal e por justiça a Dom Philips e Bruno Pereira. A concentração da manifestação aconteceu no Largo Glênio Peres, em seguida, saíram em marcha pela Rua dos Andradas, passando pela Praça da Alfândega, até chegar na Esquina Democrática.
Os povos Kaingang, Mbya Guarani, Charrua e Xokleng, formados por muitas crianças e adolescentes, estamparam cartazes com frases como “Vidas indígenas importam”, “Fora Bolsonaro” e “Não ao marco temporal”. Em suas vozes, um uníssono, “Demarcação Já!”.
A ASSUFRGS Sindicato estava presente no ato, fornecendo carro de som e microfones para que as falas indígenas fossem ouvidas pelo Centro de Porto Alegre. Durante as falas, a Coordenadora-geral licenciada, Tamyres Filgueira, deixou seu recado. “Esse governo não só nos persegue e nos violenta quando está nos excluindo de espaços como esse, mas também quando eles nos matam, quando eles nos agridem, e é isso que está acontecendo com os povos indígenas.” E repreendeu: “Bolsonaro tá matando indígena, Bolsonaro matou o Dom, matou o Bruno. Ele pode não ter puxado o gatilho, mas tem as mãos sujas de sangue!”
Volmir Vergueiro, cacique da aldeia no Morro do Osso, na Capital, indagou: “O que será das nossas crianças se o Marco Temporal for aprovado? Quanto sangue já foi derramado de nossos parentes? Não podemos deixar assim. e exclama “Chega de genocídio, chega!”
O ato encerrou por volta das 17h ao final de todas as falas, mas a frase de Woi Xokleng, estudante da UFRGS e membro do Coletivo Indígena na Universidade, fica como um lembrete a todos: “O Brasil, antes de tudo, é terra indígena.”
Confira as fotos do ato:
Fotos: Manuelle Dias / ASSUFRGS Sindicato