15 anos das cotas na UFRGS – A decisão que mudou a cara e a cor da universidade!
A UFRGS é uma das universidades pioneiras no sistema de cotas. Antes mesmo da instituição da Lei Federal 12.711, de agosto de 2012, que regra sobre as cotas em todas as universidades e institutos federais, a Decisão n.º134/2007, de 29 de junho de 2007 do CONSUN da UFRGS, instituiu o programa de ações afirmativas na universidade.
Esse programa de inclusão foi uma vitória, fruto de uma discussão histórica do movimento social negro e de outros setores democráticos da sociedade, que sempre reivindicaram a formulação de políticas públicas capazes de combater desigualdades e promover acesso a oportunidades de mobilização social e restauração de direitos. Superamos assim o persistente conservadorismo, que mantinha uma estrutura de privilégios e desigualdades no ingresso de estudantes negros e brancos oriundos de escola pública.
Cabe registrar que o princípio adotado pela universidade em 2007 foi o sistema de cotas sociais, com subcota racial. A decisão 268/2012, que avaliou o impacto do programa, tendo em vista os resultados alcançados e por ampla maioria dos conselheiros do CONSUN, renovou o Programa por dez anos. Contrariando a previsão daqueles que eram contrários à adesão ao programa de cotas, a UFRGS não apenas manteve sua qualidade acadêmica, mas aumentou a sua posição no ranking nas universidades públicas brasileiras.
O ingresso especial indígena, incluso na Decisão 134/2007, vem oportunizando o ingresso de estudantes indígenas a cada ano, contribuindo para a integração das comunidades indígenas na Universidade e o consequente encontro de saberes. Como fruto do aumento do número de estudantes cotistas diplomados, as cotas na pós-graduação têm estimulado o desenvolvimento acadêmico dos estudantes negros e indígenas.
Nestes 15 anos, a cara e a cor da universidade mudou. As ações afirmativas corrigiram distorções, porém não acabaram com as desigualdades fundadas em discriminações de classe, raça, gênero ou deficiências. O racismo, como sabemos é estrutural, e assim como fora dos muros da universidade, também é replicado dentro da comunidade universitária.
Há muito ainda para avançar, mas hoje celebramos um importante passo que foi dado 15 anos atrás e que possibilitou acesso, oportunidade e emancipação para estudantes de diferentes classes sociais e raças. A UFRGS é para todas e todos!
Com informações do Conselho Consultivo da CAF