Fasubra

Judiciário reage de forma enfática a novos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral

Nesta última segunda-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro reuniu embaixadores estrangeiros,  no Palácio da Alvorada, para atacar sistema eleitoral brasileiro. Bolsonaro afirmou que as eleições de 2018 foram fraudadas, e que ele teria sido eleito no primeiro turno, e que “os hackers ficaram por oito meses dentro do computador do TSE, com código-fonte, senhas – muito à vontade dentro do TSE. E [a Polícia Federal] diz, ao longo do inquérito, que eles poderiam alterar nome de candidatos, tirar voto de um e mandar para o outro” afirmou o presidente.

As informações foram desmentidas mais de uma vez pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele reiterou críticas a ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial, aos ministros Edson Fachin e Luís Robert Barroso durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, na última segunda-feira (18/7).

Durante três dias, as declarações repercutiram negativamente entre autoridades, parlamentares e integrantes do Judiciário, que reagiram de forma rigorosa em defesa do país, do sistema de votação brasileiro, das instituições e contra qualquer tentativa de se colocar em xeque a lisura, segurança e transparência das eleições em 2 de outubro.

O presidente do TSE Edson Fachin disse que é hora de dizer basta à desinformação e ao negacionismo eleitoral. Para Fachin, a Justiça Eleitoral e seus representantes são atacados com acusações de fraude com uso de má fé. “Ainda mais grave, é o envolvimento da política internacional e também das Forças Armadas, cujo relevante papel constitucional a ninguém cabe negar como instituições nacionais, regulares e permanentes do Estado, e não de um governo. É hora de dizer basta”, destacou.

Procuradores de todos os estados e o DF assinam documento enviado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que Bolsonaro seja investigado por causa dos ataques, o que para eles configuram crime eleitoral e abuso de poder. Subprocuradores da República também divulgaram nota em defesa das eleições. No documento afirmam ser crimes de responsabilidade, entre outros, utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral.

Deputados de oposição também enviaram ao STF pedido de investigação do presidente por improbidade administrativa, abuso de poder político e econômico, crime contra o Estado Democrático e, ainda, por propaganda eleitoral antecipada.

Em nota, a FASUBRA Sindical repudia veemente os mais recentes ataques de Bolsonaro à democracia, ao Judiciário, às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral brasileiro como um todo. O presidente repete mentiras de forma despudorada, sem provas, ao afirmar que houve fraude nas eleições de 2014 e 2018. Novamente, os ataques desgastaram ainda mais a imagem do Brasil no exterior. Para a DN FASUBRA Sindical, Bolsonaro tenta copiar a política do ex-presidente dos EUA e tentar um golpe no país. Nesse sentido, a FASUBRA endossa que é favorável a cassação do mandato de Bolsonaro por sua conduta que afronta a liberdade democrática com claro propósito de desestabilizar as instituições e o processo eleitoral brasileiro, colocando em dúvida o resultado das próximas eleições.

Fonte: Fasubra

Foto: Antonio Augusto/Ascom TSE