Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
O Dia da Mulher Negra na América Latina e Caribe, memorado em 25 de julho, reforça a luta e resistência histórica das mulheres negras para sobreviver em uma sociedade estruturalmente racista, misógina e machista. Esta data representa um marco na unificação das vozes das mulheres afro-americanas de todo o continente.
A partir da primeira Conferência de Mulheres Afro-Latinas e Afro-Caribenhas, realizada em Santo Domingo, República Dominicana, em 1992, o dia foi criado para conscientizar as lutas das mulheres negras da região.
Segundo dados do IBGE, 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza. Contudo, uma vez garantida a vida e superada a miséria, os desafios continuam.
A prisão feminina no Brasil é um exemplo de instituição que reproduz essa realidade com violência, pois apresenta de forma escancarada a reprodução da exclusão e marginalidade das mulheres negras. Não obstante, mulheres negras são as principais vítimas de feminicídio, das violências domésticas, obstétricas e da mortalidade materna, além de estarem na base da pirâmide socioeconômica do país.
Ademais, pesar de, pela primeira vez os negros serem maioria nas universidades públicas, como aponta a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil” do IBGE, mulheres negras ainda recebem menos da metade do salário de homens e mulheres brancas no Brasil, independente da escolaridade.
A mulher negra ainda é constantemente invisibilizada diante a sociedade e se faz necessário não só refletir, mas aplicar políticas e iniciativas para que seus direitos sejam respeitados, sua dignidade assegurada e oportunidades de mudança de vida concendidas.
Com informações de Pastoral Carcerária.