Comunidade universitária exige flexibilização na jornada de trabalho dos TAEs
Nesta quarta-feira, 03, Técnicos-administrativos em educação se reuniram junto aos estudantes as 17 horas em frente a reitoria para exigir a flexibilização da jornada de trabalho dos TAEs.
A flexibilização dos servidores foi aprovada em 2015 pelo CONSUN, permitindo que os trabalhadores que atuassem em setores com demanda de atendimento ao público de pelo menos 12h pudessem se organizar em turnos/escalas de 6h. Era assim que tudo operava, até o mês de julho, quando o reitor interventor decidiu retirar sua permissão para a flexibilização da jornada de trabalho.
Essa mudança afetou diretamente os estudantes dos turno noturnos, que não conseguem mais utilizar bibliotecas e congrads da universidade por estarem fechadas sem trabalhadores operando naqueles respectivos horários. Esse cenário mobilizou os estudantes e os trabalhadores a se organizarem em conjunto para exigir a flexibilização,.
Gabriel Focking, Coordenador-geral da ASSUFRGS, ressaltou a importância dessa união entre trabalhadores e estudantes, afirmou que ela é essencial para pressionar essa reitoria interventora e garantir melhorias para toda universidade.
Rui Muniz, afirmou que a categoria sempre quis que a comunidade conseguisse ter atendimento de manha, de tarde e de noite, bibliotecas, laboratórios e demais setores. Ele ainda acrescenta que essa situação é consequência de um projeto de desmonte da universidade. “Eu nunca tinha visto um desrespeito tão grande ao elementos fundamentais da universidade.”
Karen Wasen, servidora do Campus Saúde também expressou sua revolta durante o ato. Ela contou que na pandemia trabalhava mais de 12 horas e que flexibilizava seus horários por conta própria para pode atender os alunos da noite. “Essa universidade tem que virar noturna. Ela tem que atender aluno trabalhador, independente da sua condição.”
Demais Coordenadores da ASSUFRGS também expressaram suas opiniões no ato, Erick Vaz, Coordenador de imprensa, afirmou que a UFRGS é feita pelos funcionários, estudantes e trabalhadores, que unidos, são fortes o suficiente para administrar a organização da universidade, sem necessitar desta atual reitoria interventora.
Representantes do DCE e de Diretórios Acadêmicos estiveram presentes para apoiar os técnicos.
Democracia em perigo dentro da UFRGS
Durante o ato, o Coordenador Gabriel Focking denunciou as recentes censuras que os servidores vêm sofrendo por parte da reitoria, que tem intimidado a liberdade de expressão dos trabalhadores. O Coordenador da Assufrgs citou o processo administrativo aberto contra o ex-reitor da UFRGS Rui Oppermann, por uma publicação em sua rede social pessoal.
“Apesar das divergencias que temos com o ex-reitor, é nítido que ele vem sofrendo perseguição política da atual administração. Não podemos permitir que Bulhões aplique a prática da censura na universidade que é um espaço de debate democrático e reflexão de ideias” Afirmou Focking.
Demais manifestantes também destacaram a necessidade de retomar o debate sobre a paridade na escolha de reitores para a universidade. Atualmente o peso dos votos do TAEs e estudantes é de apenas 15% cada, enquanto de professores, 70%. A democracia interna na universidade só será plena quando todos os segmentos estiverem em pé de igualdade.
FLEXIBILIDADE JÁ
PARIDADE JÁ