ASSUFRGS manifesta repúdio ao feminicídio de liderança do MAB em Porto Alegre

A ASSUFRGS Sindicato manifesta repúdio ao feminicídio de Débora Moraes, coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Porto Alegre.

Débora era colega de nossa comunidade universitária, trabalhava na portaria da Bioquímica/ICBS e estava no segundo semestre do técnico em nutrição, na escola do HCPA.

Débora foi vítima de feminicídio, nesta segunda-feira (12), em sua residência, na Vila dos Herdeiros, zona Leste da capital gaúcha. O assassinato foi cometido por seu marido, que foi preso em flagrante, segundo informa a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre. Ela deixa uma filha de 6 anos. Há uns 8 anos, perdeu uma filha com 9 anos em um acidente de trânsito.

Conforme informações do Brasil de Fato RS, a delegada Fernanda Campos Hablich, informou que o homem preso em flagrante será indiciado por feminicídio. “O inquérito policial foi instaurado hoje e as investigações estão sendo feitas. O atual marido da Débora foi preso em flagrante no local do crime, ontem. Após averiguações da Polícia Civil no local, trouxemos o suspeito para a Delegacia da Mulher, averiguamos depoimentos de testemunhas e do local e o autuamos em flagrante”, explica.

Em nota publicada nas redes sociais, o MAB Rio Grande do Sul denunciou o crime, manifestou repúdio ao assassinato da companheira de movimento e prestou solidariedade aos seus familiares e amigos. Disse repudiar “todo tipo de violência contra as mulheres que segue sendo naturalizada e apresentando índices assustadores no Brasil”.

Destacou ainda sua trajetória de resistência junto à população de Porto Alegre, “incansável na luta pelos direitos dos atingidos pela barragem da Lomba do Sabão”, sempre à frente do diálogo com os vizinhos e moradores da comunidade. De acordo com o MAB, ela foi muito presente na primeira fase de reassentamento dos atingidos e na intermediação com os órgãos públicos responsáveis.

O assassinato de Débora por seu marido comprova uma triste realidade. De acordo com o Observatório Estadual de Segurança Pública, da Secretaria de Segurança Pública (SSP), até agosto 75 mulheres foram vítimas de feminicídios no estado. Este é o maior número de casos de feminicídio de janeiro a agosto desde que a série passou a ser registrada, em 2012. A Lupa Feminista Contra o Feminicídio conta 76 feminicídios desde o início de 2022.

Nossa solidariedade ao MAB RS, familiares e amigos. Débora, presente!

Com informações do Brasil de Fato RS

Foto: Divulgação MAB RS