Marcha Independente Zumbi Dandara ocupa as ruas de Porto Alegre nesse domingo

Organizada por uma coalizão de entidades do movimento negro, para marcar a passagem do Dia da Consciência Negra e denunciar a violência racial presente no cotidianos da população negra da cidade, neste domingo ocorreu a tradicional Marcha Independente Zumbi Dandara.

Com mais de 60 organizações participando da marcha, a caminhada iniciou às 16H, no Largo Zumbi dos Palmares, passou pela Rótula das Cuias e seguiu pelo Gasômetro até a Praça do Tambor, local onde senhores de engenho realizavam enforcamento de pessoas negras em praça pública na época da escravidão.

Porto Alegre, sendo a capital mais segregada racialmente do país, enfrenta um regime de opressão racial muito brutal com a população negra. Durante o ato, lembraram do episódio de violência que ocorreu com Beto, em 2020, que foi morto a socos dentro do Supermercado Carrefour.

Tamyres Filgueira, Coordenadora Geral da ASSUFRGS Sindicato, esteve presente no ato. “Esses últimos quatro anos foram um período de retrocesso em políticas da saúde e educação, e elas afetaram principalmente a população negra, em especial as mulheres negras, que além de enfrentarem os piores empregos e menores salários, ainda precisam chorar a morte de seus filhos por conta de extermínio da juventude negra.”

Ela ainda ressalta que o movimento negro foi peça fundamental nas eleições, garantindo a vitória de Lula, e combatendo a atual política genocida no país.

Laís Magbel Camisolão, Coordenadora Geral da ASSUFRGS Sindicato, pediu para que entidades da educação não tratem desse assunto apenas no mês de novembro, mas sim cotidianamente, para de fato conseguirmos combater o racismo. Ela ainda faz um pedido aos parlamentares presentes no ato para que defendam as políticas de cotas nas universidades, que recentemente foram renovadas por 10 anos, mas nada garante que elas se manterão vivas.

A Marcha Zumbi Dandara é um ato que surge no dia 20 de novembro para mostrar a presença viva da população negra em Porto Alegre, que a todo custo é invisibilidade, silenciada e jogada às periferias. A luta e o combate ao racismo seguem no dia a dia.

Foto em destaque: Leão Jorge