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UFRGS RACISTA: Reitoria cancela atividade cultural de comunidades negras

Seguindo a programação de atividades culturais do novembro negro na UFRGS, a Unimusica havia divulgado, dentro do seu festival “Rasuras Transversais” a apresentação de duas Escolas de Samba populares de Porto Alegre. Imperadores do Samba, que se apresentaria no dia 19 de novembro, e Bambas da Orgia, no dia 20 de novembro.

Com ampla divulgação durante o mês de novembro e com toda a comunidade ansiosa para o dia de apresentações, a reitoria da universidade lançou em 18 de novembro uma portaria cancelando as duas atividades.

Em seu despacho, a pró-reitora avalia que a UFRGS “não possui condições, nem efetivo para proporcionar a segurança ao patrimônio público” e ainda sugeriu que as apresentações das escolas de samba sejam postergadas e realizadas, “em acordo com a Prefeitura Municipal, em parques públicos, onde haverá a possibilidade de contar com Guarda Municipal, Brigada Militar e toda a estrutura que sabidamente já é utilizada em eventos dessa natureza, levando assim a Universidade até a sociedade”.

Em outras palavras, a reitoria afirma que não pode permitir tal manifestação cultural, proveniente de comunidades negras, pois seriam um problema ao patrimônio da universidade, sendo necessário os serviços da brigada militar e polícia civil para controlar tal evento.

A ASSUFRGS Sindicato repudia essa atitude da reitoria, pois entende a face racista que ela reflete sobre toda a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A UFRGS é um espaço democrático não só de debate, mas também de cultura, e deve sempre estar aberta à população. Fechar as portas para escolas de samba sobre esta justificativa, é ofensivo à comunidade interna e externa da universidade e ainda fortalece as políticas de apagamento da presença e da produção cultural afro-gaúcha. Lamentável que a universidade, que se afirma como lugar de pluralidade, simplesmente cancele a apresentação destas instituições representativas para o cenário da negritude local sem oferecer qualquer alternativa.

Foto: Guilherme Santos/Sul21