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Hotéis de luxo e comida superfaturada: R$ 27 milhões gastos no cartão corporativo de Bolsonaro

A Secretaria Geral da Presidência da República divulgou nesta quinta-feira (12) os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo. De acordo com os dados, em quatro anos de mandato, Bolsonaro gastou R$ 27.621.657,23.

Os gastos incluem hospedagens em hotéis, alimentação, compras em mercado, pedágios de rodovias e farmácias. Somente em alimentação, as despesas de Bolsonaro somam R$ 10,2 milhões. Desse total, R$ 581 mil foram gastos em padarias, R$ 408 mil em peixarias e R$ 8,6 mil em sorveterias.

A maior despesa com alimentação registrada foi no dia 26 de outubro de 2021, em Boas Vista (RR). Na ocasião, o ex-presidente gastou R$ 109.266 no restaurante Sabor de Casa Delivey. O valor empenhado pela Presidência da República compraria mais de 2,1 mil pratos de frango assado com farofa e baião, prato mais caro do estabelecimento, no valor de R$ 50. Os outros pratos da casa são a marmita econômica (R$17) e a marmita tradicional (R$23).Os números não batem e existem fortes indícios de superfaturamento.

Ainda falando em alimentação, Bolsonaro gastou mais de R$ 680 mil em um “mercadinho gourmet” de Brasília, que chegou a ser acusado de xenofobia. Também estão registrados outros R$ 3 mil com lanches no McDonalds.

O ex-presidente chegou a gastar com o cartão corporativo R$ 1,46 milhão num único hotel. Pelo menos R$ 13,6 milhões foram desembolsados em hospedagem: muitas vezes em locais de luxo, contrariando o discurso adotado muitas vezes por Bolsonaro, que afirmava ser contrário a esbanjar dinheiro público quando é possível optar pela simplicidade.

Segundo o manual de solicitação do cartão corporativo divulgado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o cartão é utilizado para efetuar despesas em que não é possível aplicar o empenho direto ao fornecedor ou prestador, precedido de licitação ou sua dispensa.

O manual afirma que o cartão deve ser utilizado com a “interpretação mais rigorosa e a conduta mais cautelosa”. A cartilha também recomenda que não devem ser realizados gastos em restaurantes, em eventos, com aquisição de gêneros alimentícios para preparo na própria repartição ou fora desta, com refeições prontas, “salvo se houverem justificativas plausíveis para atendimento da finalidade pública”.

Com informações do Congresso em Foco, Yahoo Notícias e Sul21.

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles