Em reunião com reitores, Lula aponta retomada de investimento e diz que respeitará autonomia

Na manhã dessa quinta-feira (19), o presidente Lula e o Ministro da Educação, Camilo Santana, estiveram reunidos com os reitores das universidades e Institutos Federais. Marcaram presença o reitores Júlio Xandro Heck (IFRS) e Carlos Bulhões (UFRGS), além da vice-reitora Jenifer Saffi (UFCSPA).

O encontro reuniu 106 reitores e ocorreu em dois momentos. Uma reunião a portas fechadas e uma cerimônia transmitida pela TV Brasil. Na cerimônia divulgada, Lula e Camilo deram importantes sinalizações sobre as ações que serão tomadas pelo governo para a instituições federais de ensino (veja os tópicos abaixo). As falas pontuaram a necessidade de ampliar o investimento na educação federal. “Nenhum país cresce e se desenvolve sem investir em educação, ciência e tecnologia. Iremos retomar a valorização e o respeito pelo ensino superior nesse pais!”, afirmou o ministro da educação. Já Lula, em longo discurso de quase 30 minutos, comentou sobre diversos temas correlatos à educação, inclusive os atos golpistas e o surgimento internacional de uma extrema-direita raivosa, o que classificou como “um novo monstro que teremos que enfrentar”.

“Não pensem que o Lula vai escolher o reitor que ele gosta. Quem tem que gostar do reitor são os professores da universidade, são os funcionários da universidade. É a comunidade universitária que tem que saber quem é que pode administrar bem por ela. Isso eu posso garantir para vocês, vocês vão ter”, disse Lula.

Confira abaixo os principais pontos de atuação do MEC que foram comentados pelo governo em cerimônia pública após o encontro com os reitores:

  • Retomada das obras paralisadas nos campi do país. Será feito um levantamento sobre a situação de obras paralisadas do MEC. Dados do governo, apontam que só na educação superior são 259 campi com obras paralisadas. Nos institutos federais, são 76 obras sem andamento. No geral, desde a creche, são mais de 4 mil obras paralisadas ou inacabadas sob responsabilidade do ministério.
  • Respeito à autonomia das universidades e indicação de reitores. “O presidente Lula vai nomear e respeitar todos os reitores que forem escolhidos pela comunidade acadêmica, na sua consulta.”, pontuou o ministro.
  • Ampliação de oferta de vagas, para que o país cumpra as metas do Plano Nacional de Educação. Atualmente as matriculas brutas de pessoas acima de 18 anos no ensino superior é de 39%, sendo a meta de 50%. Entre outros indicadores negativos, que colocam o país entre os últimos lugares da OCDE na porcentagem da população adulta com algum diploma superior.
  • Combate à evasão e permanência dos jovens nas universidades e institutos federais. Censo da Educação superior aponta que 54% dos estudantes das universidades públicas abondam a formação. Nas privadas, o número sobe para 61%.
  • Retomada dos investimentos no ProUni e FIES.
  • Reajuste da bolsas. Desde 2013, não há reajuste das bolsas da CAPES e CNPq. Já foi encaminhado um estudo nesse sentido. Reajuste deve ser anunciado até o final desse mês.
  • Construção de um Sistema Nacional de Educação. “Apenas 1/3 das crianças brasileiras aprendem a ler e escrever na idade certa. isso compromete todo o ciclo evolutivo desse jovem na academia. As universidades e IFs tem e podem dar uma grande contribuição nesse processo de parceria e união. Masi de 400 mil professores da educação básica não tem licenciatura ou licenciatura para aquela disciplina que leciona. Esse vaio ser um desafio enorme.”, disse Camilo.
  • Construção do novo Plano Nacional da Educação, que vence em 2024.
  • Recomposição “integral” do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O Executivo espera liberar R$ 4,2 bilhões para investimentos em ciência.
Encontro reuniu 106 reitores. Entre eles, os reitores da UFRGS, IFRS e vice-reitora da UFCSPA. Foto: reprodução/redes sociais @julioxandro

Foto em destaque: Marcelo Camargo/Agência Brasil