Histórico: comunidade trans da UFRGS realiza foto coletiva para celebrar o dia da visibilidade trans

Nesta sexta-feira, 27, o Cabam (Centro Acadêmico de Biblioteconomia, Arquivo e Museo da Fabico/UFRGS) organizou a primeira foto da comunidade trans da UFRGS. O evento aconteceu às 12 horas no Vão da Reitoria em razão do dia Nacional da Visibilidade Trans que é celebrado nesse domingo (29).

Pouco antes da foto, um momento para falas foi aberto, onde denunciaram as inúmeras violências e agressões que a comunidade trans enfrenta diariamente. “Para estarmos aqui hoje, muitas de nós foram mortes, e muitas estão sendo assassinadas agora!”

A universidade e a educação pública de qualidade é uma porta de possibilidade para a fuga da marginalidade, da estatística e demais mazelas que afetam grupos sociais. A presença de pessoas transexuais e travestis na UFRGS marca um momento de transformação na cara universitária. Essa mudança já é necessária a muito tempo.

Ares, estudante de biblioteconomia na UFRGS, integrante do Cabam, explicou que a ideia da foto tem como objetivo dar vida a comunidade trans da universidade que até o momento era invisibilidade. “É justamente para a gente conseguir se ver enquanto pessoas trans dentro da universidade. Por exemplo, a maioria das pessoas que estão aqui eu não conheço, eu estou muito feliz de saber que tem tanta gente“. Ares ainda afirma que a partir dessa foto, eles buscam construir uma sensação de comunidade trans dentro da UFRGS para que de forma organizada possam pautar suas questões neste espaço, como as cotas na graduação.

Atena Beauvoir Roveda, pós-graduanda da antropologia social da UFRGS, ressaltou a importância de um ato como esse, uma vez que o Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis no mundo. “nossa comunidade está sem comida no prato, sem trabalho de carteira assinada, sem formação básica no fundamental e no médio, então esse é um primeiro momento e um primeiro passo, muito pequeno, mas muito representativo, porque ele mostra para onde nós, pessoas travestis, transexuais e não binárias estamos indo.” Além disso, Atena lembra que o combate a transfobia não deve ser feito em um dia, semana ou mês, mas deve seguir firme para a toda vida.

A ASSUFRGS Sindicato celebra a visibilidade trans e a presença desses corpos que transitam no espaço acadêmico enriquecendo o meio com seus saberes e vivencias. Confira os registros desse momento de afeto e acolhimento: