Assalto: taxa de juros do cartão de crédito chega a mais de 400%, endividando famílias

Nesta segunda-feira (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com representantes do setor financeiro para discutir formas de reduzir os juros do cartão de crédito, o chamado crédito rotativo. No Brasil, dependendo do banco, os juros do rotativo do cartão passam de 400% ao ano. A situação vem impondo à população brasileira um endividamento absurdo. “Uma boa parte do pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. Nós precisamos encontrar um caminho. Um caminho negociado, como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”, disse o ministro, mais cedo.

Até o momento não existe um acordo firmado para diminuir os juros do cartão de crédito. Segundo o governo, a negociação sobre o rotativo acontece “faz algum tempo” e já foram realizadas propostas para solucionar a questão, porém seguem as negociações. Os bancos se comprometeram a entregar um cronograma de estudos ao governo e ao Banco Central (BC) sobre as causas dos juros altos no rotativo do cartão de crédito.

A pressão nas instituições financeiras pela redução dos juros abusivos do rotativo é bem-vinda, ainda mais em uma realidade onde as condições do crédito no Brasil estão complicadas. O BC, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, abusa da população brasileira ao persistir na uma Selic em 13,75% – maior taxa real de juros do mundo, o que atrasa a economia nacional e afasta investimentos no país.

O encontro sobre o crédito rotativo ocorreu no Ministério da Fazenda, com a presença do presidente da Federação Brasileira de Bancos, Isaac Sidney, e o diretor-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, Rodrigo Maia. Eles estavam acompanhados de presidentes de quatro bancos: Bradesco, Itaú-Unibanco, Santander Brasil e Nubank.

Campanha pelo Limite de Juros

Lutar contra este tipo de taxa absurda é o que moveu a Auditoria Cidadã da Dívida a criar a Campanha pelo Limite dos Juros no Brasil. O PLP 104/22 na Câmara dos Deputados tem como objetivo limitar as taxas a no máximo 12% ao ano, além de acabar com os mecanismos (Bolsa-banqueiro – leia aqui) que enriquecem bancos e dificultam o empréstimo aos trabalhadores e empresas. “

O Brasil será para sempre o país que convive com o CRIME DE USURA de forma impune, travando a economia e sacrificando as pessoas eternamente? Você pode ajudar a modificar isso”, questiona Maria Lucia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, convidando a todos e todas para que pressionem pela urgente aprovação do PLP 104/22.

Fontes: Brasil de Fato, Agência Brasil e ACD

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil