Ao sancionar reajuste de 9%, Lula sinaliza: “A gente vai ter que fazer concurso público em várias carreiras”
Na cerimônia de sanção do reajuste de 9% aos servidores federais do executivo, realizada na manhã dessa sexta-feira (28), o presidente Lula afirmou sobre a necessidade de novos concursos públicos. Apesar do aceno bem-vindo, lembramos que o governo Lula apresentou a proposta de arcabouço fiscal, que mantêm os mesmos problemas do Teto de Gastos, ao impedir um investimento expressivo em setores essenciais, como educação, segurança e saúde públicas. O arcabouço da maneira como está estruturado é um impeditivo para novos concursos públicos e valorização dos servidores, como diz defender o presidente. Estavam presentes no encontro diversas autoridades, incluindo a Ministra da Gestão, Esther Dweck. A FASUBRA estava presente, assim como Fonasefe e outros dirigentes sindicais.
Lula iniciou o discurso parabenizando as entidades sindicais e o Ministério da Gestão pelo diálogo. Disse que “o reajuste não é tudo aquilo que as pessoas desejavam, mas é muito importante diante do furação que o Brasil foi vítima nos último períodos. “Se tem algo que a sociedade aprendeu com a passagem do desgoverno que saiu, é valorizar a democracia. é valorizar a negociação e diálogo. O Brasil passou seis anos sem que se tivesse uma reunião de negociação com os sindicatos,” afirmou o presidente.
“Nós estamos na fase de reconstrução de um país que foi desmontado. A gente vai ter que fazer concurso em várias carreiras, pra gente repor aquilo que tinha desaparecido. As vezes há uma incompreensão, não sei se por má f´é ou não… mas toda a vez que a gente fala em fazer concurso, algumas pessoas começam a gritar: ‘começou a gastança’. As pessoas sabem que é assim, mas não querem compreender: para melhorar qualquer serviço público, em qualquer país do mundo, você tem que contratar seres humanos. (…) Precisamos de gente atrás do balcão, pra cumprimentar, pra sorrir, pra ouvir.”
Na sequência, Lula exemplifica a necessidade de novos concursos na educação e na saúde. “Você não melhora a educação sem professores e professoras, sem funcionários técnicos. Você não melhora a saúde sem mais médicos, mais enfermeiros. Você não melhora o serviço público sem contratar mais gente.” O presidente comentou sobre a baixa remuneração no serviço público: “As pessoas estão mal remuneradas. Para contratar uma pessoa altamente qualificada do ponto de vista técnico e de conhecimento, a gente não consegue competir com as empresas privadas. Eles acham que o governo pagam muito, mas eles pagam o dobro lá fora. Não tem saída, a gente tem que melhorar o salário das pessoas, pra gente ter as pessoas de mais qualidade aqui.”
“As pessoas fazem um mal juízo de valor das pessoas do funcionalismo público. Eu lembro quando esse país teve um presidente que chamou todo mundo de marajá. Jogou a responsabilidade da desgraça do país, em cima do setor público. E deu no que deu. Eu quero que vocês saibam, que enquanto eu tiver no governo, até o dia 31 de dezembro de 2026, o funcionário público brasileiro será tratado com respeito, com decência, com dignidade.
O reajuste de 9% aos servidores do executivo entra em validade no dia 01º de maio, com primeiro pagamento dia 01º de junho. Vale para ativos, aposentados e pensionistas. Para a ASSUFRGS Sindicato, o reajuste é fruto da mobilização e resistência dos trabalhadores ao longo dos últimos anos e pressão e negociação com o governo federal ainda durante o período de transição, ao final do ano passado. Mesmo sendo uma valor muito aquém das perdas históricas acumuladas nestes 7 anos sem reajuste, esse momento põe fim à um ciclo marcado pela tentativa de destruição dos serviços públicos. Agora é reunir forças para continuar a mobilização e luta pela Campanha Salarial 2024!
Convocamos os colegas da UFRGS, UFCSPA e IFRS, para unir forças nessa luta e conquistar novas melhorias para a categoria! Filie-se à ASSUFRGS!
Foto: José Cruz/Agência Brasil