Estudo revela que Brasil tem menos servidores que EUA, Europa e países vizinhos

De acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), dos 91 milhões de trabalhadores do país em 2021, 11,3 milhões são funcionários públicos, o que representa 12,45% do total da força de trabalho nacional. Segundo a República.org, um instituto dedicado a melhorar a gestão de pessoas no serviço público brasileiro, é o mesmo que dizer que, de cada oito pessoas, uma trabalha no funcionalismo.

O estudo ainda mostra que Brasil tem menos funcionários públicos que Estados Unidos e OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), formada pelos 38 países mais ricos do mundo.

Na comparação com outras nações, o Brasil está distante das que mais empregam gente no serviço público. Em uma escala de 13 nações, mais os 38 países da OCDE, o país está na longínqua 10ª posição entre os com maior número de funcionários públicos (conforme o gráfico acima). 

Esses dados acabam de vez com a falácia de que o Estado brasileiro é inchado por servidores públicos. A verdade é que há uma escassez de trabalhadores na máquina pública. Para o Fonasefe, os dados recém divulgados evidenciam um problema crônico. Apesar do crescimento da população, o número de servidores públicos federais estatutários ativos é menor que em 1989 e a estimativa é que haja um déficit de 100 mil servidores em áreas como saúde e educação. “Os baixos salários, a exigência de carga horária de 40 horas e a escassez de recursos e deficiências na infraestrutura públicas são apontados como alguns dos problemas para atrair o profissional, no âmbito municipal.”

Segundo o pesquisador e professor da FGV EPPG (Escola de Políticas Públicas e Governo da Fundação Getúlio Vargas), Fernando Luiz Abrucio, o servidor público clássico, concursado, com estabilidade, vocação e qualificado tem uma outra função na estrutura pública. O cientista político relembra os casos recentes onde a estabilidade foi fundamental para o cumprimento do dever do Estado, como na pandemia, e afirma: “Não precisamos de menos servidores, mas de mais profissionalização da máquina estatal. Não há saída fora disso se queremos ter desenvolvimento econômico.”

São vários os exemplos de como a falta de concursos públicos prejudica o cidadão comum. Um dos mais emblemáticos é o que ocorre atualmente no INSS, culminando em uma gigantesca fila para acesso aos seus direitos, devido a falta de pessoal. “Em 2015, nós éramos em torno de 38 mil servidores na casa do INSS, hoje em dia, estamos em torno de 18 mil servidores. Então, em questão de sete anos para cá, se aposentou ou saiu do cargo mais da metade do quadro de servidores. E é por isso que acabou gerando essa defasagem que temos, esse acúmulo de processos no INSS, são cerca de 13 milhões de processos parados. A situação do INSS só não se encontra pior porque a produtividade dos servidores aumentou bastante nos últimos anos por conta da implementação de sistema de metas e de uma exploração em cima do servidor que aumentou bastante.” Afirmou Alcieres Cardoso, diretor do SindisprevRS em entrevista para a ASSUFRGS, confira.

Fonte: Rede Brasil Atual , Fonasefe e Folha de São Paulo

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