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Campus Litoral Norte da UFRGS inaugura primeira usina solar fotovoltaica da região

Na quinta-feira (10), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) inaugurou sua primeira usina solar fotovoltaica, localizada no Campus Litoral Norte, em Tramandaí. A usina é resultado de um investimento de R$ 1,7 milhão do Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EnergIF), do Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC).

A usina abastece totalmente o Campus Litoral, zerando os custos com energia. A sobra é convertida em créditos que reduzem o custo da energia consumida no Campus Centro, em Porto Alegre. Ainda, tem capacidade de geração de aproximadamente 300 quilowatts-pico (kWp), com 996 módulos fotovoltaicos de silício de alta tecnologia, inversores de corrente elétrica, sistema de monitoramento e controle de dados e também sistema de monitoramento climático.

Aline Cristiane Pan, professora do curso de Engenharia de Gestão de Energia e doutora em Energia Solar Fotovoltaica, explica o funcionamento da usina. “Tem módulos fotovoltaicos e  dentro deles tem as células solares fotovoltaicas, dispositivos que fazem a conversão da energia radiante do sol em energia elétrica. Essa energia que é produzida nos módulos é em corrente contínua, então necessita de um inversor para passar para a corrente alternada, que é a nossa rede elétrica. Há duas modalidades, conectar na rede elétrica para consumir ou a geração de créditos para consumir de noite, quando está nublado.”

Um diferencial do projeto é que a implementação e execução da usina foram feitas inteiramente por mulheres. O acompanhamento da execução contou com a colaboração da ex-diretora geral do Campus Litoral Norte, Liane Ludwig Loder, da engenheira da Superintendência de Infra-estrutura da UFRGS e fiscal do contrato Ruane Fernandes de Magalhães, e da professora Juliana Klas, junto com equipe multidisciplinar de servidores da Universidade.

“Eu fui a primeira fiscal e coordenadora desse projeto, depois foram incorporadas mais três mulheres, a engenheira que assinou a responsabilidade técnica da empresa foi uma mulher. Em um setor onde as mulheres são menos de 20% de todo o número de empregos, e na área técnica específica de engenharia e instalação é menos de 3%, ter uma usina completamente implementada por mulheres é algo que nos dá muito orgulho”, reforça Aline.

Além da sustentabilidade, a professora explica que há uma grande vantagem econômica. “A gente tem um investimento que vai ter um tempo de retorno de cerca de seis anos. Depois disso, a gente vai ter energia sem ter que pagar por ela”, pontua. Desde outubro, a instituição calcula uma economia de quase R$ 264 mil.

A usina também será utilizada para a realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão para os cursos do Litoral Norte. Para a professora, é uma conquista não somente da UFRGS, mas também da comunidade em seu entorno. “Nós somos uma universidade, estamos produzindo conhecimento. Implementar ele, estar perto dele, é muito importante para os nossos alunos. Isso faz parte do processo de ensino e aprendizagem, da pesquisa e também da extensão, porque a gente precisa alfabetizar a sociedade energeticamente. A usina vai possibilitar essa democratização da informação e da sustentabilidade”, relata.

Fonte: reportagem de Duda Romagna, originalmente postada no Sul21