No dia de luta em defesa dos serviços públicos, ASSUFRGS realiza café da manhã em frente ao CPD UFRGS
Neste dia 03 de outubro, servidores públicos federais realizaram em diversas cidades do país, atos e mobilizações em defesa dos serviços públicos e por reposição salarial e melhorias na carreira. Em Porto Alegre, a ASSUFRGS, Sindicato dos Técnico-Administrativos em Educação da UFRGS, UFCSPA e IFRS, realizou um Café da Manhã em frente ao CPD UFRGS, no Campus Saúde.
O Centro de Processamento de Dados da universidade vem enfrentando uma situação de sucateamento e precarização do trabalho. A comunidade do CPD chegou a divulgar uma nota denunciando a situação. Relembre aqui.
O ato da ASSUFRGS iniciou às 09h e encerrou às 12h. Colegas de diferentes setores compareceram na atividade. O momento foi rico para o debate sobre a conjuntura local e nacional da categoria. Em falas no carro de som, os servidores destacaram as pautas que levaram os servidores a se mobilizarem nacionalmente neste dia de luta.
“Nós como categoria estamos vivendo uma defasagem muito grande do nosso salário, da nossa carreira… e a gente precisa avançar nas negociações com o governo. E para isso somente com mobilização. A ministra da gestão, informou que para o próximo ano teremos somente R$1,5 bilhão reservado para reajuste, o que na prática é 0%. Enquanto isso a direita e o centrão estão fazendo pressão no governo e estão levando suas pautas. Então é mais do que justo, é necessário que a gente se mobilize”, contextualiza Tamyres Filgueira, Coordenadora-geral da ASSUFRGS.
Gabriel Focking, Coordenador-geral da ASSUFRGS, destacou a importância de atividades locais para fortalecer a luta por reposição salarial e melhorias na carreira. “Ficamos aliviados com a recente vitória eleitoral. Mas o serviço não está completo. Temos que fazer esse tipo de mobilização local, para animar os colegas para que os colegas coloquem o sindicato na sua agenda também. Para ampliar a luta, para que a gente tenha alguma chance, sim, de ter recomposição salarial futura breve.”
“As eleições foram pautadas em cima de melhorias para o serviço público. E isto não está acontecendo. A gente só vai mudar alguma coisa se a gente fizer mobilização”, reforçou Laís Camisolão, Coordenadora-geral da ASSUFRGS.
Ricardo Souza, Coordenador Jurídico do sindicato, chamou a atenção para os impactos do Arcabouço Fiscal, além do estudo de contratações via CLT para o serviço público. “Não tem dinheiro para reajuste, não tem dinheiro para concursos, por causa do arcabouço fiscal. A ministra está dizendo que ano que vem, se aumentar a arrecadação, vai sobra R$15 bilhões. É o velho ‘na volta a gente compra’. O governo está anunciando extinguir carreiras e contratar por CLT. É o velho golpe pros servidores saírem do RJU, perdendo estabilidade. É isso que não vamos deixar acontecer!”
Berna Menezes, colega da FACED, lembrou que vivemos sob ataque do Congresso Nacional. “Lá no congresso estão passando por cima de todos os nossos direitos. Na semana retrasada colocaram o fim do piso da educação e da saúde pra votar dentro de outro projeto. E mais, nós ganhamos esse piso em 1983, não foi em 88. Nós lutamos contra a ditadura militar pra colocar o piso da saúde e educação, por que senão não tem projeto estratégico para esse país.”
Antonieta Xavier, aproveitou a atividade para falar sobre a situação dos aposentados da categoria. “Tem gente que fala que se aposentar é um privilégio. Não é não! É um direito! É verdade que perdemos com algumas reformas da previdência. Mas sempre lutamos para impedir muita coisa, pois cada novo governo vem com novas contrarreformas. Seguiremos lutando!”
Situação do CPD
Colegas TAEs do CPD aproveitaram a mobilização em frente à unidade para reforçar a necessidade de luta contra a precarização na UFRGS. “O CPD tem essa importância estratégica dentro da universidade. Infelizmente estamos sofremos com a intervenção que nomeou um diretor que não foi eleito por nós. Temos uma unidade toda desfalcada, com setores sem funcionar. Com colegas tendo crise de pânico, por pressão, por assédio”, denunciou André Telles.
Para Jerônimo Menezes, é necessário um olhar para a universidade, como saída para um futuro mais desenvolvido para o país. “O que a gente precisa hoje no serviço público é um planejamento, uma valorização. A gente vem acompanhando a discussão pela necessidade de fortalecimento do desenvolvimento industrial para gerar emprego. Mas para isso ocorrer é necessário olhar para as universidades públicas, que são o principal centro aonde se desenvolve a pesquisa, aonde o país desenvolve tecnologia capaz de se inserir no mundo.”
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