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VITÓRIA: Consun UFRGS aprova a destituição da reitoria interventora

Em sessão autoconvocada realizada na manhã desta sexta-feira (01), o Conselho Universitário da UFRGS aprovou o parecer elaborado por Comissão Especial Paritária que apontou a necessidade de destituição da atual reitoria da UFRGS: Carlos André Bulhões (reitor) e Patrícia Pranke (vice). Fazem parte da Comissão que elaborou o parecer, os TAEs: Rafael Berbigier, Tamyres Filgueira e Vivian Ayres.

A aprovação ocorreu por 60 votos a favor, 02 contrários e 03 abstenções. Eram necessários os votos de dois terços dos conselheiros. Com o resultado, o pedido de destituição da atual reitoria será encaminhado ao Ministério da Educação, que acatará ou não a decisão. Em caso positivo, nova eleição para reitoria será convocada.

O principal motivo para a destituição, segundo o parecer aprovado hoje, é a falta de gestão democrática do reitor, que sequer cumpre todas as medidas deliberadas no Conselho, além de ações que feriram o estatuto e as normas da instituição. Também foi aprovado o envio de denúncia ao MPF.

Para Tamyres Filgueira, Coordenadora-geral da ASSUFRGS Sindicato e integrante do Conselho Universitário, a decisão significa uma vitória para a comunidade universitária. “Uma vitória muito importante, mostra que o conselho universitário e principalmente a comunidade universitária não aceitam as irregularidades, autoritarismo e perseguições cometidas pela atual reitoria. Agora esperamos que o Ministério da Educação dê andamento nas denúncias e efetive a destituição da reitoria.”

Em 2021, Bulhões e Pranke já tiveram as suas saídas recomendadas pelo Consun, mas o MEC do então Governo Bolsonaro arquivou o caso. A chapa Bulhões/Pranke foi a terceira colocada na consulta à comunidade universitária para escolha da reitoria, sendo também a terceira colocada na lista tríplice eleita pelo Consun. Apesar de ser a última opção da universidade, foi a chapa escolhida por Jair Bolsonaro para comandar a instituição. Publicamente, o Deputado Federal Bibo Nunes, afirmou que indicou oa nomes, ao então presidente, por alinhamento ideológico.
A ASSUFRGS Sindicato, ANDES UFRGS e DCE UFRGS realizaram em frente à reitoria uma vigília para acompanhar a decisão do conselho.

Quais os motivos que levaram à aprovação da destituição de Bulhões/Pranke?

O parecer aprovado pelo Consun cita oito pontos centrais que pesaram contra a atual gestão da UFRGS. São eles:

1) casos de censura envolvendo a comunicação institucional;

2) desrespeito às decisões dos conselhos superiores;

3) falta de cumprimento por parte da Administração Central de suas funções;

4) conflitos e judicialização de membros da comunidade universitária;
5) ausência do reitor nos conselhos superiores;

6) desmonte de projetos e programas que eram centrais para a vida acadêmica;

7) evidências de irregularidades, de falta de transparência na gestão de recursos e de tentativa de aprovação de projetos por parte da reitoria à revelia das devidas instâncias da universidade; e

8) falta de gestão durante a pandemia e no retorno às aulas e atividades presenciais.

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