Comunidade da UFRGS protesta contra tentativa de Bulhões em derrubar a paridade na consulta para reitor
Na última sexta-feira (01º), a comunidade da UFRGS foi vítima de mais uma ação autoritária da reitoria interventora. Carlos André Bulhões, assinou um despacho suspendendo por conta própria a aprovação da paridade na consulta pública para a definição da reitoria da universidade. Para repudiar a decisão antidemocrática da gestão, trabalhadores e estudantes da UFRGS, mesmo em período de férias, reuniram-se em frente aos portões da reitoria na manhã desta segunda-feira (04).
A conquista da paridade ocorreu em 23 de novembro do ano passado, após mais de 30 anos de luta dos trabalhadores e estudantes da UFRGS por maior democracia interna. Aprovada no Conselho Universitário (Consun), órgão máximo, normativo e deliberativo da instituição, a paridade assegura que a partir das eleições para reitoria deste ano o peso dos votos de estudantes, docentes e Técnico-Administrativos em Educação, terão o mesmo peso. Antes, o peso era de 70% para os docentes.
Conforme o estatuto da universidade, a decisão final é do Consun, e não do reitor. Não cabe então à reitoria derrubar no canetaço uma definição do conselho. A situação é ainda mais grave, pois o Consun também aprovou no fim do ano passado o segundo pedido de destituição da atual reitoria. O primeiro foi arquivado pelo MEC do então governo Bolsonaro. O atual, segue na mesa do Ministro Camilo Santana. A atual reitoria, portanto, já foi destituída duas vezes pela comunidade universitária, mesmo assim se acha no direito de suspender uma decisão do Consun!
“Suspender a paridade não é qualquer coisa! É uma luta de mais de 30 anos! Nós devemos dar uma resposta à altura e dizer que nós não vamos recuar em defesa da paridade! Não tenho dúvidas que só tem uma saída para que a gente faça com que a paridade permaneça no próximo processo eleitoral: é cruzar os braços, é parar essa universidade! Paridade fica! Quem sai, é esse reitor interventor bolsonarista”, enfatizou a Coordenadora-geral da ASSUFRGS, Tamyres Filgueira.
Ricardo Souza, Coordenador Jurídico da ASSUFRGS, fez o link entre a atitude de Bulhões, que classificou como desesperada, com a demora no MEC em avançar com o processo de destituição da reitoria interventora e nas negociações com a categoria TAE. ” Chega de enrolação senhor Camilo Santana! Para de enrolar com esse processo! Para de enrolar também com nossa mesa de negociação, da nossa campanha salarial! Tá na hora de unificar as lutas, a luta pela dignidade salarial dos trabalhadores da UFRGS e pela democratização da universidade. Amanhã, temos importante assembleia da ASSUFRGS, às 14h, no auditório da Fabico.”
Rafael Tams, representante TAE do Consun, integrante da comissão que aprovou o parecer pela paridade na UFRGS, destacou como Bulhões mais uma vez passou por cima do trabalho do conselho. “O Bulhões, nosso interventor, deu um canetaço para revogar essa conquista histórica, não levando em conta o esforço árduo de tantos colegas ao longo dos anos para conquistar a paridade. Precisamos agora garantir que o próximo processo eleitoral ocorra conforme o que foi aprovado no conselho universitário, que é nos termos paritários de votação!”
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