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Projeção da UFRGS indica cheia duradoura do Guaíba e queda lenta do nível da água

O Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) divulgou neste domingo (5) um novo boletim com previsões sobre o comportamento da cheia do Guaíba para os próximos dias.

A expectativa é de que o nível da água se mantenha estabilizado acima de 5 m na medição no Cais Mauá, em Porto Alegre, até um máximo de 5,50 m, durante mais quatro dias e sem redução abaixo da cota de inundação, que é de 3 m, ao longo da próxima semana. A tendência para os próximos dias é de lenta redução dos níveis.

Na manhã deste domingo, às 8h, o Guaíba atingiu o nível recorde de 5,33 m na medição oficial da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). Posteriormente, o nível da água se manteve oscilando, com a última medição, divulgada às 09h de segunda-feira (06), marcando 5,27 m.

“As principais preocupações agora são a duração dos níveis elevados e as possibilidades de repiques em função de novas chuvas ou efeito do vento”, diz o boletim assinado pelo IPH. Segundo o documento, os rios afluentes do Guaíba apresentam, no momento, estabilização em níveis elevados ou redução. Nas últimas 24 horas, ocorreram precipitações na ordem de 20 mm na região de Porto Alegre e 60 mm em regiões na bacia do Guaíba, o que contribuiu para a alta do rio, e há previsão de mais chuva nos próximos dias. Por outro lado, não há previsão de vento sul significativo para os próximos dias, o que facilita a vazão das águas.

Os modelos de previsão indicam a possibilidade de nova tendência de alta a partir do dia 12, mas, há incertezas sobre este cenário em razão da distância no tempo.

“Considerando os elevados níveis previstos e suas incertezas, por segurança, recomenda-se todas as ações para a evacuação e proteção de vidas e remediação dos prejuízos nas áreas já impactadas e nas potencialmente impactadas de Porto Alegre e região metropolitana, não dando margem para situações de falhas nos sistemas de proteção”, diz o boletim.

As previsões foram desenvolvidas com base na combinação de observações de chuva e vazão dos rios, modelo de previsão meteorológica, hidrológica e hidrodinâmica. A previsão foi liderada pelos Professores Fernando Fan e Rodrigo Paiva e pelo mestrando Matheus Sampaio, IPH, em conjunto com a empresa RHAMA Analysis.

Fonte: Sul 21

Foto: Ricardo Stuckert/PR